A noite desta segunda-feira (12/05) foi marcada por tensão na zona norte de Manaus. Moradores da comunidade União Vitória incendiaram um ônibus da linha 320 em protesto contra as recentes mudanças no transporte coletivo da capital. O ato foi uma resposta à reestruturação das linhas aos fins de semana, que passou a obrigar os usuários a realizar baldeações em terminais, dificultando o deslocamento de quem precisa se locomover até o Centro.
Segundo relatos, o motorista do ônibus foi cercado pelos manifestantes e obrigado a sair do veículo antes que o fogo fosse ateado. Felizmente, ninguém ficou ferido. O coletivo foi totalmente consumido pelas chamas.
A mobilização começou ainda à tarde, com queima de pneus e bloqueio de uma das principais vias da cidade, a avenida Torquato Tapajós. O protesto chamou a atenção de várias unidades da Polícia Militar, incluindo Rocam, Batalhão de Choque, Batalhão Ambiental, COE, além do Corpo de Bombeiros, que atuaram no controle do incêndio e na liberação da via.
O que pedem os manifestantes?
Os moradores exigem o retorno dos trajetos originais das linhas 320, 029 e 023, principalmente aos sábados e domingos. Segundo eles, a nova configuração do transporte coletivo aumentou o tempo de viagem e trouxe mais gastos para quem depende de ônibus diariamente.
“A gente já enfrenta ônibus lotado, falta de estrutura, e agora querem complicar ainda mais para quem trabalha no fim de semana. Não aceitamos essa mudança”, desabafou uma moradora durante o protesto.
A posição da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), informou que as mudanças fazem parte de um plano de reestruturação do transporte, com o objetivo de melhorar a integração entre as zonas da cidade.
Apesar da justificativa, a medida não foi bem recebida pelos usuários, que sentem na pele os impactos das alterações, principalmente trabalhadores de baixa renda que dependem de linhas diretas para chegar ao trabalho ou realizar compromissos no Centro da capital.