Com o subtema “Patrimônio do Brasil”, o boi encarnado exaltou figuras históricas, saberes populares e promoveu uma experiência sensorial com aroma de tacacá e rituais indígenas
Na segunda noite do Festival de Parintins, o boi-bumbá Garantido apresentou “A Lendária Epopeia de Tamapú”, da qual surgiu a Cunhã-Poranga Isabelle Nogueira, representada como uma mulher com corpo de ave de rapina. João Paulo Faria, amo do boi, relembrou a história de seu próprio tio, o Garotinho de Ouro. A Figura Típica homenageou as tacacazeiras da Baixa, e o momento sensorial trouxe o aroma de tacacá. O encerramento apoteótico contou com a Toada para São Benedito. O boi de coração na testa, que finalizou a apresentação, levou o subtema “Garantido – Patrimônio do Brasil” para a arena do Bumbódromo, neste sábado (28).
Do alto da alegoria da Celebração Folclórica “Terra Brasileira”, com homenagem ao mestre Jair Mendes e a Inaldo Medeiros, surgiu o astro maior da noite: o boi Garantido. A Vaqueirada acompanhou a chegada do bumbá vermelho e branco. A Porta-Estandarte, Jeveny Mendonça, também surgiu de dentro da alegoria e evoluiu na arena.
A alegoria também destacou saberes, fazeres e manifestações culturais que compõem o patrimônio imaterial do Brasil — dos fandangos do Sul às cavalhadas do Centro-Oeste, dos maracatus e frevos do Nordeste ao samba da Bahia e do Rio de Janeiro.
Valentina Coimbra, a Sinhazinha do Garantido, surgiu da alegoria com seu vestido tradicional rodado vermelho, a mais bela da fazenda bailou ao som da toada “Sinhazinha do meu boi”.
Lenda Amazônica e Figura Típica Regional
A Cunhã-Poranga do Garantido, Isabelle Nogueira, surgiu da Lenda Amazônica “A Lendária Epopeia de Tamapú”, que conta a história do guerreiro Tamapú, apaixonado pela princesa filha do Urubu Rei. Isabelle apareceu como uma mulher com corpo de ave de rapina.
A Rainha do Folclore, Lívia Christina, surgiu da alegoria da Figura Típica Regional “Tacacazeira da Baixa”. Antes de evoluir na arena, a item distribuiu cuias para as tacacazeiras presentes, todas vestidas com seus trajes típicos. O público presente no Bumbódromo teve uma experiência sensorial ao sentir o aroma do tacacá exalado pela alegoria.
O Amo do Boi, João Paulo Faria, retornou à arena para versar. Desta vez, apresentou uma representação do boi biônico Garantido de 1978, com chifres e coração na testa de cor preta. O momento também foi uma homenagem a Paulinho Faria, o Garotinho de Ouro. João Paulo estava vestido como o tio naquela época.
Ritual Ajté
Próximo ao fim da apresentação encarnada, a alegoria do “Ritual Ajté” tomou conta da arena com sua grandiosidade e movimentos que chamavam a atenção do público presente.
Ajté, do povo Madija Kulina e das comunidades próximas, fechou a apresentação do Garantido. Durante o ritual, que mistura espiritualidade e celebração, ocorreu um momento de conflito, apaziguado pela força do Tocorime Onça, que restaurou a paz e a energia do grupo. O Pajé, Adriano Paketá, surgiu da alegoria e seguiu sua evolução na arena ao som da toada “Xamã Basese”.
O Garantido volta a se apresentar pela última vez neste domingo (29), momento em que encerra o festival.
