Influenciador Hytalo Santos acusado de ‘adultizar’ crianças é preso em operação conjunta

Paraibano é investigado por exploração e exposição de menores em conteúdos digitais; Justiça bloqueou redes sociais e determinou desmonetização de vídeos.

O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos nesta sexta-feira (15) em Carapicuíba, na Grande São Paulo, durante uma operação que envolveu o Ministério Público da Paraíba (MPPB), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, além da Polícia Rodoviária Federal.

Eles são investigados por tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil artístico irregular e constrangimento de menores, entre outros crimes. As ordens de prisão foram expedidas pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux (PB).

O caso ganhou repercussão após denúncias do youtuber Felca, que possui mais de 4 milhões de inscritos no YouTube, sobre a “adultização” de crianças e adolescentes em vídeos publicados pelo influenciador. As apurações do MPPB, porém, começaram antes da publicação do vídeo.

Bloqueio de redes sociais e apreensão de equipamentos

Na última terça-feira (12), a Justiça determinou o bloqueio das redes sociais de Hytalo e a desmonetização de seus conteúdos. Também foi proibido contato com os adolescentes citados nos processos. Nesta semana, mandados de busca e apreensão resultaram na coleta de celulares e um computador na casa do influenciador em João Pessoa.

Investigações em duas frentes no MPPB

  • Bayeux: conduzida pela promotora Ana Maria França, apura denúncias de festas com menores, topless e consumo de álcool.

  • João Pessoa: conduzida pelo promotor João Arlindo, investiga um possível esquema para obter a emancipação de menores em troca de presentes como celulares.

Em ambos os casos, Hytalo nega as acusações.

Apuração do MPT

O Ministério Público do Trabalho também investiga o influenciador. Segundo o procurador Flávio Gondim, mais de 50 vídeos foram analisados e 15 depoimentos colhidos de pessoas ligadas à produção de conteúdo.

A defesa, representada pelo advogado Sean Abib, afirma que Hytalo e Israel não tinham conhecimento prévio dos mandados e que “jamais compactuaram com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”.

Artigo anteriorMais de 100 pacotes de droga são encontrados em barco no AM
Próximo artigoOperação policial apreende armamento pesado e desarticula grupo armado em Manaus